domingo, 20 de novembro de 2022

Cristo está no Leme

 


Nota: Esta mensagem, consta do Livro Instruções psicofônicas (Chico Xavier), transmitida em 02/06/1955, em Pedro Leopoldo, e também psicograficamente, por quê? - A equipe de trabalho gravava as mensagens, porém o gravador enguiçou. Todos ficaram tristes por perderem a instrução do benfeitor ilustre. O grupo se dispersou, permanecendo apenas algumas pessoas e depois de cerca de uma hora, o espírito amigo José Xavier, se fez presente ao Chico e disse que se reunissem e aguardasse porque ele e a Meimei haviam gravado, que ela comandaria o gravador e ele iria ditando a pontuação para melhor serviço. E assim através da psicografia do Chico foi recuperada a mensagem.

Meus amigos, que o amparo de Nossa Mãe Santíssima nos agasalhe e ilumine os corações.

Cristo, no centro da edificação espírita, é o básico para quantos esposaram em nossa Doutrina o ideal de uma vida mais pura e mais ampla.

Confrange a quantos já descerraram os olhos para a verdade eterna, além da morte, o culto da irresponsabilidade a que muitos de nossos companheiros se devotam, seja na dúvida sistemática ou na acomodação com os processos inferiores da experiência humana, quando o Espiritismo traduz retorno ao Cristianismo puro e atuante, presidindo à renovação da Terra.

Com todo o nosso respeito a pesquisa enobrecedora, cremos seja agora obsoleto qualquer indagação acerca da sobrevivência da alma por parte daqueles que já receberam o conhecimento doutrinário, porque semelhante conhecimento é precisamente o selo sagrado de nossos compromissos diante do Senhor.

Há mais de dez milênios, nos templos do alto Egito e da antiga Etiópia, os fenômenos mediúnicos eram simples e correntios; entre Assírios e Caldeus de épocas remotíssimas, praticava-se a desobsessão com alicerces no esclarecimento dos Espíritos infelizes; precedendo a antiguidade clássica, Zoroastro, na Pérsia, recebia visitação de mensageiros celestiais e, também antes da era cristã, na velha China, a mediunidade era desenvolvida com a colaboração da música e da prece.

Mas o intercâmbio com os desencarnados, excetuando-se os elevados ensinamentos nos santuários, guardava a função oracular do magismo, entremeando-se nos problemas corriqueiros da vida material, fosse entre guerreiros e filósofos, mulheres e comerciantes, senhores e escravos, nobres e plebeus.

É que a mente do povo em Tébas e Babilônia, Persépolis e Nanquim, não contavam com o esplendor da Estrela Magna – Nosso Senhor Jesus Cristo-, cujo reino de amor vem sendo levantado entre os homens.

Na atualidade, porém, o Evangelho brilha na cultura mundial, ao alcance de todas as consciências, cabendo-nos simplesmente o dever de anexá-lo à própria vida.

Espiritas! Com Allan Kardec, retomastes o facho resplendente da Boa Nova, que jazia eclipsado nas sombras da Idade Média.

Compreendamos nossa missão de obreiros da luz, cooperando com o Senhor na construção do mundo novo.

Não ignorais que a civilização de hoje é um grande barco sob a tempestade... Mas, enquanto mastros tombam oscilantes vigas mestras, aos gritos da equipagem desarvorada, ante a metralha que incendeia a noite moral do mundo, Cristo está no leme!

Servindo-o, pois, infatigavelmente, repitamos, confortados e felizes:

Cristo ontem, Cristo hoje, Cristo amanhã!...

Louvado seja o Cristo de Deus!!

Bitencourt Sampaio.

segunda-feira, 17 de outubro de 2022

Política no âmbito espírita - Revista Espírita, 1862

 “[…] Devo ainda vos chamar a atenção para outra tática de nossos adversários: a de procurar comprometer os espíritas, induzindo-os a se afastarem do verdadeiro objetivo da Doutrina, que é o da moral, para abordarem questões que não são de sua competência e que poderiam, com toda razão, despertar suscetibilidades e desconfianças. Também não vos deixeis cair nessa armadilha; afastai cuidadosamente de vossas reuniões tudo quanto disser respeito à política e às questões irritantes; nesse caso, as discussões não levarão a nada e apenas suscitarão embaraços, enquanto ninguém questionará a moral, quando ela for boa. Procurai, no Espiritismo, aquilo que vos pode melhorar; eis o essencial. Quando os homens forem melhores, as reformas sociais verdadeiramente úteis serão uma consequência natural. […]  Allan Kardec Revista Espírita, fev. 1862.

segunda-feira, 22 de agosto de 2022

Como deve ser a Reunião Pública no Centro Espírita

 

A Reunião pública

 

Objetivos

O Centro Espírita, sendo um posto avançado da Espiritualidade na Terra, no dizer dos Espíritos, tem que se preparar para desempenhar essa tarefa a contento. Sabe-se que as pessoas que buscam auxílio nos centros espíritas o fazem através das reuniões públicas. Isso faz desta atividade uma das mais graves da casa espírita e tem que se ter o maior cuidado em elaborá-la, pois do seu bom desempenho dependerá a maior ou menor afluência das pessoas aos centros, e, consequentemente, ao contato com a Doutrina Espírita.

O objetivo do Centro Espírita deve ser o de levar às pessoas a mensagem do Mestre Jesus, à luz do Espiritismo. Através desses ensinamentos o homem se instrui, se encontra e se reeduca, reformando conceitos e modificando hábitos, tendo consequentemente melhor qualidade de vida. Essa deve ser a tarefa maior das casas que se propõem a trabalhar na seara do Cristo.  Diz Allan Kardec que uma religião que não servir para transformar o homem para nada serve. Necessário, portanto, se observar com cautela todos os ensinamentos que estão sendo ministrados nas reuniões públicas, pois deles dependem a libertação de muitos.

Público alvo

O público que frequenta as reuniões públicas dos centros espíritas é bastante heterogêneo e flutuante. No trabalho que se vai desenvolver com ele há que se considerar duas coisas: o frequentador e o trabalhador da casa. Em uma casa bem organizada e que se fundamenta nas orientações de Allan Kardec, as determinações em torno desses dois grupos se encontram bem claras, o que facilita o trabalho a ser realizado nas reuniões públicas. Este é voltado basicamente para os frequentadores, pois os trabalhadores têm suas atividades de estudos em dias determinados, o que lhes possibilita o preparo para estar na lide diária da casa.

As pessoas vão ao Centro Espírita, na grande maioria das vezes, em busca de auxílio. Quase ninguém vai à casa pela primeira vez por amor à causa, uma vez que nem conhecem a Doutrina. Vão porque estão angustiados, desesperançados, insatisfeitos, perdidos nesse emaranhado de coisas que o materialismo exige das pessoas. A reunião, pois, deve atender aos anseios essas criaturas, tendo como proposta fundamental trazer-lhes mensagens de ânimo, coragem, fé e consolo.

Tema das palestras

Este é um dos assuntos mais importantes quando se vai organizar as atividades doutrinárias da casa espírita. Grande parte dos problemas de quem busca o Centro Espírita podem ser minimizados com um tema doutrinário bem colocado. Portanto, o cuidado na escolha dos temas das palestras é de fundamental importância e faz toda a diferença no fato de despertar ou não o interesse dos necessitados para retornar à casa.  Levando-se em consideração a realidade de que as pessoas estão em busca de auxílio, os temas deverão ser baseados nos ensinamentos da moral cristã, tendo como guia o Evangelho de Jesus.

Temas instrutivos fundamentados na filosofia, ministrados a pessoas que mal conhecem os ensinamentos do Cristo, dificilmente surtirão efeito se não atingir a “ferida” moral que se encontra aberta. Os temas evangélicos costumam tocar em maior profundidade o coração das criaturas e, como somos seres necessitados de ajustes em muitas áreas, dificilmente terá um assunto ligado ao Evangelho que não nos diga respeito. Além do mais, o bom senso nos diz que primeiro devemos evangelizar para depois então kardequizar.

Aqueles que, dentre o público, quiserem conhecer mais a fundo a Doutrina Espírita serão encaminhados aos cursos de instrução que a casa deve oferecer, fundamentados na doutrina básica. Muitos centros adotam o Estudo Sistematizado desenvolvido pela Federação Espírita Brasileira – FEB e outros desenvolvem seus próprios métodos. A casa deve ter sua programação de oratória, tendo o cuidado de não permitir que sejam feitas palestras com temas desconhecidos dos dirigentes, para evitar surpresas desagradáveis. Às vezes, invigilâncias dessa ordem trazem grandes prejuízos aos trabalhos espirituais. Expositores despreparados, em certas ocasiões, podem passar uma idéia errônea do que seja o Espiritismo.

Abordagem

A abordagem é o segredo de uma boa palestra. Uma abordagem bem feita deixa uma boa impressão e desperta o interesse das pessoas para se aprofundarem no tema. Faz-se necessário conhecer o público que normalmente frequenta a casa e preparar a palestra de acordo com o nível intelectual dos ouvintes. De nada adianta falar bonito, usando de erudição, se não atingir os objetivos de ser entendido. Sobre isto nos instrui Paulo em Coríntios I-14.19: “…prefiro falar na igreja cinco palavras com o meu entendimento, para instruir outros, a falar dez mil em outras línguas”.

Essa advertência era para os que falavam em línguas estranhas e não edificavam, pois ninguém entendia coisa alguma. Os expositores devem lembrar da importância da abordagem de temas atuais, sempre desenvolvidos à luz da Doutrina Espírita, dando um enfoque especial ao chamamento da criatura aos interesses espirituais. Outra coisa que deve ser observada pelos expositores é o cuidado em não fazer comentários que possam ferir outras religiões, pois, além de ser  extrema falta de educação, a maior parte do público flutuante pertence a outras crenças que obviamente devem ser respeitadas. Essas pessoas nem sempre pretendem deixar suas religiões. Podem estar temporariamente, em busca de auxílio e, logo que se sintam confortadas, voltarão para a normalidade de suas vidas.

Tempo de exposição

Não há nada mais desagradável para o ouvinte em uma palestra do que a sensação de que ela não acaba nunca. Se for uma palestra pouco produtiva, pode-se ter um “sono coletivo”. Se não tivermos a humildade de avaliar nossos métodos, provavelmente colocaremos a culpa nos Espíritos obsessores da platéia, o que nem sempre é verdade. O tempo de exposição deve ser informado ao palestrante, caso ele seja um visitante. O ideal é que não exceda 40 minutos. Mais do que isso cansa o público e os resultados em termos de assimilação da mensagem ficarão prejudicados. Palestrantes que falam muito devem se adequar ao tempo dado pela casa.

Devemos deixar o hábito de, para agradar o irmão que nos visita, dizer que fale o tempo que quiser. Isso pode criar situações de constrangimento para quem fala e de desconforto para quem ouve.

Perfil do expositor

A casa espírita deve ter entre seus trabalhadores um grupo de pessoas preparadas para a tarefa da oratória. Isso é fator essencial para que se obtenha bons resultados nos trabalhos doutrinários. Não podemos montar um esquema de palestras contando só com irmãos de outros centros. Afinal, todos têm suas ocupações. Evidente que se pode convidar outras pessoas, para que uma ou duas vezes por mês, visitem a sociedade para ministrar palestras, mas que se faça isso dentro de um critério lógico.  O expositor tem a grave incumbência de levar ao povo a mensagem de Jesus e os ensinamentos da Doutrina Espírita. Para tanto, tem que se preparar e se fundamentar sempre no bom exemplo.

Não podemos falar do que não vivenciamos, afinal o exemplo é força moral. Teoricamente qualquer pessoa pode assumir essa tarefa de falar publicamente e isso acontece em muitos centros espíritas. Mas o bom senso nos diz que nem todos estão preparados ou possuem o dom para desempenhar satisfatoriamente esse papel. Que cada um se desenvolva dentro das possibilidades apropriadas aos dons que Deus lhe concedeu. Em todos os setores da vida nos preparamos para desempenhar determinadas tarefas e a qualidade delas dependerá do nosso empenho em fazer a coisa bem feita e cada vez melhor. Na casa  espírita não pode e nem deve ser diferente.

E, como estamos lidando com situações mais sérias e graves, faz-se mister um preparo cuidadoso, principalmente na área moral, pois o trabalho de edificação do ser é tarefa que não podemos desenvolver com doutrinas de aparências. Não existe um perfil ideal do orador espírita, mas se fôssemos traçar um perfil mais adequado, poderíamos simplificar nas seguintes palavras: simplicidade e objetividade na arte de se comunicar e vida o mais reta e digna possível.

Resultados

Como em todo trabalho desenvolvido nas casas espíritas, a oratória também necessita de avaliações para sabermos quais os resultados e definir novos rumos. Uma maneira simples de avaliar este trabalho é observando a frequência do público nas reuniões públicas. Se elas estiverem se esvaziando o problema está na forma como a casa conduz a explanação da palavra. Esse assunto tem que ser estudado com carinho para que o centro espírita possa cumprir com seu papel de agente transformador, na sublime tarefa de despertar o homem para as coisas essenciais da vida.

Não se pode fechar os olhos quando nossa casa não tem público. A história corrente no meio espírita de que não faz diferença ter ou não público, pois as reuniões estão cheias de desencarnados, não faz o menor sentido e fica por conta dos que procuram uma justificativa para não submeter seus trabalhos a exames. Deixar como está para ver como fica pode resultar em perda de precioso tempo. Façamos, pois, uma reflexão em torno disso.

Observações

– Não se deve utilizar do recurso das pequenas palestras antes da exposição da noite. Isso atrapalha muito o orador, quando não acontece de antecipar o assunto de sua palestra.

– Os avisos, se houver, devem ser dados antes do início da reunião pública. Quando dados depois, prejudicam o clima de harmonia estabelecido pelo assunto ministrado e afastam a pessoa de sua reflexão em torno do mesmo.

– Os passes devem ser ministrados após a exposição. O hábito que muitas casas têm de trabalhar com o passe antes ou durante as palestras tumultua o ambiente, além de tirar da pessoa a oportunidade de receber instruções através dos ensinamentos ali ministrados.

– Deve-se evitar o hábito de entoar hinos, fazendo o público participar. Não podemos nos esquecer que uma reunião pública é, acima de tudo, uma sessão de estudos doutrinários destinados ao povo. Os hinos são resquícios que trazemos de nossas crenças de origem e muitas vezes obedecem verdadeiros rituais. Deveriam ser abolidos das reuniões públicas.

– As preces devem ser claras, curtas e objetivas. As exortações longas e cheias de rebuscamentos de linguagem podem não atingir os objetivos, além de prejudicar o recolhimento necessário nessa hora de comunhão com o mundo espiritual.

– Quando o orador for de outra casa espírita,  sua apresentação deve ser feita pelo dirigente da casa, usando de referências objetivas e diretas, evitando-se as exaltações personalistas.

– Evitar sempre tecer comentários sobre a palestra que acabou de ser proferida. Lembrar que ali foi feito um trabalho de conscientização do público, secundado pelos bons Espíritos. Esse hábito, na maioria das vezes, põe por terra todo o esforço do expositor em levar às pessoas a mensagem libertadora do Espírito.

Vanda Maria Simões

vanda@elo.com.br

(extraído do site https://espirito.org.br/palestras/reuniao-publica/)

domingo, 10 de outubro de 2021

Mensagem do Espírito Dr. Bezerra de Menezes sobre a data da mudança para Mundo de Regeneração

Mensagem do Espírito Dr. Bezerra de Menezes pela psicofonia do médium Divaldo Pereira Franco no dia 18/04/2010, no encerramento do 3º Congresso Espírita Brasileiro em Brasília/DF

 

“Estamos agora em um novo período, estes dias assinalam uma data muito especial, a data da mudança do mundo de provas e expiações para mundo de regeneração.

A grande noite que se abatia sobre a terra lentamente cede lugar ao amanhecer de bênçãos, retroceder não mais é possível.

Firmastes, filhas e filhos da alma, um compromisso com Jesus antes de mergulhares na indumentária carnal de servi‑lo com abnegação e devotamento, prometestes que lhe serias fiel, mesmo que vos fosse exigido o sacrifício.

Alargando‑se os horizontes deste amanhecer que viaja para a plenitude do dia, exultemos juntos, os espíritos desencarnados e vós outros que transitais pelo mundo de sombras; mas além do júbilo que a todos nos domina, tenhamos em mente as graves responsabilidades que nos exortam a existência do corpo ou fora dele.

Deveremos reviver os dias inolvidáveis da época do martírio nosso, seremos convidados não somente ao aplauso, ao entusiasmo, ao júbilo, mas também ao testemunho, o testemunho silencioso nas paisagens internas da alma, o testemunho por amor àqueles que não nos amam, o testemunho de abnegação no sentido de ajudar aqueles que ainda se comprazem em gerar dificuldades tentando inutilmente obstaculizar a marcha do progresso.

Iniciada a grande transição, chegaremos ao clímax e na razão direta em que o planeta experimenta as suas mudanças físicas, geológicas, as mudanças morais serão inadiáveis.

Que sejamos nós aqueles Espíritos Espíritas que demonstremos a grandeza do amor de Jesus em nossas vidas; que outros reclamem, que outros se queixem, que outros deblaterem, que nós outros guardemos, nos refolhos da alma, o compromisso de amar e amar sempre, trazendo Jesus de volta com toda a pujança daqueles dias que vão longe e que estão muito perto.

Jesus, filhas e filhos queridos, espera por nós, que seja o nosso escudo o Amor, as nossas ferramentas o Amor, e a nossa vida um Hino de Amor, são os votos que formulamos os Espíritos Espíritas aqui presentes e que me sugeriram representá‑los diante de vós.

Com muito carinho o servidor humílimo e paternal de sempre, Bezerra, muita paz filhas e filhos do coração.”

terça-feira, 5 de outubro de 2021

Como fica a doutrina espírita após a retirada, em 10 de agosto de 2019, do artigo sobre as obras de J.-B. Roustaing, dos Estatutos da Federação Espírita Brasileira?

Em 1904, quando a FEB realizou no Rio de Janeiro, então capital da República, o evento para comemorar os 100 anos do nascimento de Allan Kardec, a defesa da obra Os quatro evangelhos dentro daquela instituição já estava estabelecida e foi este o motivo para que a instituição tentasse, com êxito parcial, introduzir a aceitação de tal obra nas conclusões do evento. O objetivo, então, era colocar a doutrina de Roustaing como a indicada para os estudos “relativos à fé” no que diz respeito ao espiritismo, considerando-a como superior aos Evangelhos segundo o espiritismo.

Diz-se que o êxito foi parcial porque a reação contrária à obra de Roustaing impediu a aceitação simples da proposta, determinando-se que ficaria a critério dos espíritas utilizar ou não Os quatro evangelhos, permanecendo, pois, com o estudo de O Evangelho segundo o espiritismo. Reconheça-se, mesmo que o êxito tenha sido parcial, foi uma vitória para os líderes da FEB de então e um desastre de grandes proporções para a doutrina espírita.

O fato, contudo, é que o grupo de espíritas que no Rio de Janeiro tomou a decisão de estudar e defender Os quatro evangelhos desde a década de 1880, de início pequeno, havia já logrado implantar tal obra na FEB quando no final do século XIX alcançou ali o poder. O objetivo do grupo era de espalhar o pensamento roustainguista para todo o Brasil e não fosse a reação firme de muitos espíritas esclarecidos teria alcançado tal desiderato.

Como mostram agora os estudos de Paulo Henrique Figueiredo com seu acesso ao acervo de Canuto de Abreu, ampliando sobremaneira a visão da situação do espiritismo ao final do século XIX e primeira metade do século XX, a FEB não era, inicialmente, constituída por defensores destas teses combatidas por Kardec já ao seu tempo, mas torna-se a porta-voz delas após a chegada ao poder daquele pequeno grupo.

A mudança estatutária que proporcionou a instalação de Roustaing no documento maior da FEB ocorreu em 1917 e desde então tornou-se oficial. Esta digressão se mostra necessária aqui para deixar explícito que a retirada da citação roustainguista dos Estatutos ocorre 102 anos após a sua fixação ali, tempo este que aumenta de mais de duas décadas quando se vê a penetração de Roustaing ainda antes do começo do século XX. Temos, assim, no mínimo 120 anos de presença das teses roustainguistas no movimento espírita brasileiro.

Um fato curioso ocorrido sábado, dia 10 de agosto, foi que a obra de Paulo Henrique Figueiredo – Autonomia, a história jamais contada do espiritismo – ao mesmo tempo que era lançada em São Paulo ocorria na FEB, em Brasília, a assembleia que discutia e ao fim logrou aprovar a retirada dos Estatutos da menção aos Quatro evangelhos e seu autor. E fica ainda mais interessante observar que esse livro apresenta, documentadamente, estudos e conclusões que põem por terra, em definitivo, qualquer argumento em defesa de Roustaing e sua doutrina. Atente-se para o termo – Autonomia – apresentado no livro, pois ele é a chave para o entendimento da diferença entre as teses defendidas por Roustaing e a obra espírita assinada por Allan Kardec.

Durante a palestra do autor, Paulo Henrique Figueiredo, no Centro Espírita Nosso Lar, em São Paulo, quando foi anunciada a decisão sobre Roustaing tomada em Brasília, a plateia não se conteve e aplaudiu efusivamente a supressão roustainguista dos Estatutos da FEB. Um sentimento contido por mais de século explodiu, num ambiente de profundas emoções, como a dizer que Roustaing nunca deveria existir no seio do espiritismo. Mas existiu e existe, e desde que aí está faz parte de uma história que não é simples e não se extingue apenas com a borracha que apaga palavras, mas não elimina as consequências dos fatos graves que tais palavras expressaram num tempo tão extenso quanto destrutivo.

Para entender a importância dos fatos e sua possível extensão, será preciso responder a questões amplas que se acham presentes, cultural e socialmente, no espiritismo brasileiro, a começar por uma necessária compreensão de que a doutrina roustainguista, defensora do pensamento heterônimo oposto ao pensamento autônomo expresso em Kardec, carreou para o meio espírita não simplesmente dissensões entre homens, mas profundas marcas cuja supressão não se dará, se o der, num espaço curto de tempo. Essas marcas se expressam por uma cultura que contaminou de maneira inequívoca a proposta dos Espíritos interpretada por Kardec, desenvolvendo um caldo de contradições que não se escoará senão com mudanças que demandam tempo, vontade e coragem.

A primeira pergunta está respondida com a eliminação de Roustaing dos Estatutos da FEB. Mas esta mudança é a coisa mais simples e menos importante de quantas são necessárias, embora tenha demorado mais de século para ocorrer. A da mudança cultural necessária à produção de efeitos duradouros será respondida apenas com o tempo. Entre elas, surgem outras questões tão graves quanto: a mudança estatutária é feita a partir do reconhecimento por parte da FEB do erro doutrinário em que incidiram? Ou simplesmente para atender ao pedido de troca de uma camisa suja por uma limpa, sem, contudo, tratar do corpo doutrinário adoecido? Se, porventura, a FEB estiver consciente do erro fará conhecer o movimento todo de modo direto e transparente dessa nova consciência, propondo mudanças amplas e necessárias à correção dos rumos? Se, entretanto, a FEB está agindo protocolarmente e politicamente, para sustentar por mais tempo o poder em suas mãos, sem nenhuma pretensão de extirpar o nódulo canceroso, tudo continuará como antes e a contradição entre a autonomia e a heteronomia prosseguirá alimentando a mentira na sua luta contra a verdade.

As consequências da adoção das teses anti-doutrinárias de Roustaing que desembocam na dominação são mais evidentes e desastrosas, de forma coletiva, do que se imagina. Contra a doutrina que destaca a Autonomia uma outra contrária se fez prevalecer, direcionando indivíduos e centros espíritas à subserviência e modulando de maneira inequívoca a sustentação da religiosidade amesquinhada, retrógrada, dependente, que hoje se manifesta por todos os lados, tornando ilhas isoladas as manifestações amparadas apenas e tão somente na proposta de Allan Kardec.

A heteronomia prevalecente mantém a direção de um espiritismo como religião instituída, contra tudo e contra todos os intérpretes dos significados colocados por Kardec, cuja compreensão do que representam as religiões tornou claras as oposições. A religião instituída é causa de dominação, enquanto o espiritismo é uma proposta de autonomia como base de evolução ou progresso. Aliada dos heterônomos, a FEB construiu todo um arcabouço ao longo dos mais de 100 anos de história, arcabouço sobre o qual se erigem ideias que vão de encontro às petições de autonomia amparadas nas Leis Naturais.

A instituição proeminente do espiritismo brasileiro, que tomou sobre si a condução dos rumos do movimento, trabalhou muito mais para manter o poder do que para colocar o espiritismo na rota das grandes ideias. Cuidou desde cedo de fazer prevalecer suas propostas coibindo e desestimulando ações progressistas. Colocou-se contra os eventos que poderiam causar-lhe desconforto, mesmo sabendo que eles eram necessários ao progresso do espiritismo. Condenou congressos até o momento em que os condicionou aos seus interesses, contribuindo para o estado deles nos tempos atuais, em que são eventos festivos, coloridos pelo consumo de bens e mitos.

O que se espera da FEB, quando decide alterar os seus Estatutos é a coragem de romper com o passado, assumindo os erros. Igual comportamento se espera daquelas instituições que, obedecendo ao comando da FEB, ajudaram a descaracterizar a doutrina da autonomia e instituir o seu contrário. Mas isso só o tempo dirá.

Fonte: https://www.expedienteonline.com.br/a-festa-o-embate-e-a-razao/

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2021

Sete razões pelas quais um cientista crê em Deus

 SETE RAZÕES PELAS QUAIS UM CIENTISTA CRÊ EM DEUS


Primeira: Por uma determinada lei, lógica, nós podemos provar que nosso Universo foi projetado e executado por uma inteligência engenheira.


Suponha que você coloque dez moedas, marcadas de 1 a 10, dentro do seu bolso e lhes dê uma boa sacudidela. Agora experimente pegá-las na seqüência, de 1 a 10, pondo cada uma na sua vez e sacudindo de novo. Sabemos que, matematicamente, a sua chance de acertar na número 1 é de uma em dez; de acertar 1 e 2 em seqüência, é de uma em cem; de acertar 1, 2 e 3 em seqüência é de uma em mil e assim por diante; sua chance de acertá-las todas, de 1 a 10 sucessivamente, alcançaria o cálculo inacreditável de uma em dez bilhões.

Aqui o Dr. Cressy Morrison convida os homens a que meditem apenas em algumas das leis que mantêm o equilibro da vida na Terra, como, por exemplo, a velocidade com que a Terra realiza os seus movimentos de rotação e de translação em volta de si mesma e do Sol; é sabido que ela corre com a velocidade de cerca de 1.600 km/h, o que não é um acaso, é uma lei matemática de equilíbrio para sustentar a vida na sua face, porquanto, diz ele, se por acaso a Terra se movimentasse apenas com a velocidade de um décimo, ou seja, 160 km/h, a vida nela seria impossível. Isto porque os dias seriam de 120 horas e as noites de 120 horas de sombra iriam encarregar-se de destruir pelo frio, através da motivação dos continentes gelados. Logo, alguma coisa estabeleceu a lei de equilíbrio, para que a Terra girasse com tal velocidade.

E prossegue o Dr. Cressy Morrison dizendo que quando nos detemos a olhar a atmosfera, basta lembrar que ela foi programada e medida, porque se a atmosfera da Terra fosse mais rarefeita de apenas um quilômetro, a vida no orbe seria impossível, porquanto se sabe que caem sobre a Terra diariamente cerca de 50 milhões de aerólitos e meteoritos, que se não fosse por essa atmosfera, que pelo atrito os rala e dissolve, a Terra seria bombardeada 50 milhões de vezes por dia, lavrando incêndios e destruições inomináveis, e a vida na Terra seria portanto impossível.
Bastava que o fundo do mar fosse mais profundo de 3 metros e a vida seria impossível, porque o oxigênio do ar seria absorvido e o ácido carbônico também seria recebido pelas águas, matando toda forma de vida, quer no seio das águas, quer na superfície lisa; se por acaso a superfície da Terra fosse mais alta de 2 metros, o fenômeno seria oposto e a vida seria conseqüentemente impossível.

Se por acaso a distância que separa a Lua da Terra não fosse de cerca de 370.000 km, mas de apenas 70.000 km, a vida seria impossível, porque a pressão magnética do satélite sobre os mares faria levantar ondas tão altas e terríveis, que estas marés e preamares destruiriam totalmente a vida na Terra, lambendo os picos mais altos do Himalaia.

Na mesma ordem de raciocínio, se a inclinação do eixo da Terra não fosse 18/24 graus, mas estivesse em uma vertical ou mudasse de posição, a vida seria impossível, porque os gelos antárcticos escorreriam pela Terra, levando tudo de roldão.

Desse modo, assegurou o Dr. Cressy Morrison, por essa singela lei, e por uma série de outras leis que seria fastidiosos enumerar, eu creio em Deus, como, por exemplo, a distância que separa a Terra do Sol – aproximadamente 150.000.000 km -, o que dá à Terra uma tépida sensação de calor, não insuficiente nem demasiada para a sua manutenção, porque o Sol tem uma temperatura superficial de cerca de 6.648º C. Assim, se a Terra estivesse mais próxima, seria destruída pelo calor; se estivesse mais afastada, seria destruída pela falta de calor, dos raios ultravioletas e infravermelhos e dos caloríficos, que mantêm o equilíbrio metabólico na vida vegetativa.

Logo, uma inteligência matemática e superior estabeleceu as condições para a vida na Terra e é evidente, deste e de outros exemplos, que não há uma única chance em bilhões para que a vida no nosso planeta fosse o resultado de um acidente.

Segunda: O talento da vida para executar a sua proposta é toda a manifestação de uma inteligência suprema.

Aqui o Dr. Cressy Morrison afirma que crê em Deus graças a uma lei singela, que está imanente em tudo e em todos: a lei da vida. Que é a vida? Por mais que se haja tentado definir que é a vida, as definições são todas incompletas. A Biologia, a Filosofia têm tentado definir a vida, mas ninguém sabe o que é a vida na sua realidade. Não obstante, a vida está em toda parte, está aqui, ali, além alhures, em todo lugar. Mas, que é a vida? A vida é o arquiteto maravilhoso, que ergue nas profundezas submarinas os castelos de algas e de corais. É o extraordinário escultor, que trabalha cada folha e talhe, ramículos e contornos jamais repetidos em qualquer outra flor ou folha encontrada na Terra. É o paciente professor de música que ensina cada pássaro a entoar a sua canção de amor. É o químico sublime, que dá a cada fruta o seu sabor característico e inconfundível. É o perfumista caprichoso, que transforma o humo em aroma. É o ser terrrível, que consegue converter água em açúcar e madeira. Mas onde está a vida? A vida está no protoplasma. O protoplasma é uma gota gelatinosa transparente, invisível a olho nu – uma cabeça de alfinete comportaria cinco milhões -, mas que é atraída pelo heliotropismo, e isso é a vida, é a grandeza da vida.Se por acaso toda a vida desaparecesse da face da Terra – animal, vegetal, humana - e ficasse um só protoplasma e um raio de sol dissidente, logo a vida se restabeleceria, porque através da lei da cissiparidade esse protoplasma se bipartiria, novamente e em breve estariam os campos e prados reverdecidos, os mares e rios povoados, a Terra povoada, na bagatela de 10 bilhões de anos apenas. Por isso, proclama o Dr. Cressy Morrison, eu creio em Deus.

Terceira: A sabedoria animal fala irresistivelmente de um bom Criador, que infunde instintos a todas as suas desamparadas e pequenas criaturas.

Esta razão científica da crença do Dr. Cressy Morrison em Deus decorre da inexplicabilidade do instinto dos animais. Sabemos como se manifesta o instinto, mas não onde se encontra e nem como é o seu mecanismo. Mas o instinto dos animais e o heliotropismo das plantas são tão extraordinários que dentro das águas de muitos lagos existem duas plantas que se amam profundamente. A planta feminina independe da planta masculina. A planta feminina é caprichosa, como aliás tudo que é feminino é caprichoso. Quando chega a época de abrir-se em botão, ela desprende aquele cordel vegetal que vai desenrolando-se, até chegar à crista das águas da superfície em que a flor se abre; a planta masculina, sabendo que está na hora da fecundação, arrebenta o pendúnculo, porque ele é débil, e sobre, e se abre exatamente quando vento vai soprar na direção da planta aberta feminina; o pólen é carreado, a planta feminina absorve-o, fecha-se e volta a descer; então se multiplica na intimidade das águas inferiores. Por que? Milagre da vida, grandeza de um instinto vegetal, que, no reino animal, está estabelecido desde as aves, os peixes e os mais pequeninos insetos.

No João-de-barro, que,chegando à época do acasalamento para a perpetuação da espécie, sobe à árvore mais alta e ali ergue o seu ninho; mas antes de colocar a porta ele trepa ao galho superior e coloca o bico na direção dos ventos, para saber de que direção virão os ventos hibernais e poder então abrir a porta do lado oposto ao do vendaval, a fim de preservar a sua prole. E não erra nunca, o que mata de inveja os serviços de metereologia, que não acertam jamais. Quem e o que ensinou o João-de-barro a produzir uma técnica de perfeição que lhe mantém a sobrevivência?
E milagre das enguias? As enguias são peixes em forma de serpente que só se reproduzem em água profundas e frias. Quando vão procriar elas abandonam todos os mares, todos os lagos, todas as águas do mundo e começam a nadar na direção das águas abissais das Bermudas. Ali elas procriam e morrem. Mas os seus filhos sabem de onde vieram seus pais. Fazem a viagem de volta e vão habitar as águas de onde vieram seus ancestrais. Os piscicultores e pescadores atestam que jamais encontraram extraviadas enguias americanas em água européias e vice-versa. Mas a lei foi tão caprichosa que estabeleceu para a enguia européia um atraso de maturação da fecundação de um ano, porque as Bermudas estão mais longe da Europa do que da América e elas devem se encontrar na mesma oportunidade em que as águas estejam necessariamente frias para procriarem. A lei retarda um ano, que é o tempo que elas gastam, as européias, para chegarem às Bermudas quando chegam suas irmãs americanas.

Mas a vespa é muito mais fácil na manutenção do seu instinto, porque ela sabe que quando vai procriar também vai morrer. Ela colocar os ovos numa furna e sabe que os seus descendentes já nascem adultos, porque todo inseto já nasce adulto. E eles só poderão sobreviver se comerem carne, carne viva. Então a vespa faz uma viagem até encontrar um gafanhoto; aplica-lhe um golpe que o torna hibernando; deixa-o paralisado, porém vivo. Carrega-o e coloca junto aos seus ovos. Nenhum entomologista e nenhum anestesista conseguiram até hoje fazer a aplicação paralisante no nervo do gafanhoto, que o imobiliza, porque às vezes aplicam veneno demais e matam o “paciente”, ou aplicam de menos e o “paciente” não se deixa devorar. Mas a vespa sabe. Sai dali e morre. Quando os ovos se arrebentam e as pequeninas vespas começam a comer com voracidade, o gafanhoto sobrevive, porque elas se alimentam das partes não vitais, pois sabem que se matarem o gafanhoto e comerem carne podre morrem também. Que técnica é essa? Instinto é uma palavra que não diz nada convencional. É uma lei, que estabeleceu científica e matematicamente o equilíbrio da flora e da fauna na face da Terra.

Quarta: O homem tem alguma coisa mais do que um instinto animal – o poder da razão.

Neste ponto, o Dr. Cressy Morrison assegura que crê em Deus por causa da razão. Ocorre que o instinto é uma nota monótona, que se repete sempre a mesma, sempre igual. Mas a razão são as sete notas musicais, é a pauta, é a sinfonia, é o canto melódico. Através da razão pode o homem entender Deus e contemplar a possibildade de ser o que é somente porque recebemos uma centelha da Inteligência Universal.

Quinta: A provisão para toda vida é revelada na fenomenal maravilha dos genes.

Os genes habitam cada célula viva e são a chave de todos os caracteres humanos e vegetais. Pois, bem se todos esse minúsculos genes, responsáveis pela vida de todas as pessoas do mundo, pudessem ser colocados em apens um lugar, eles não encheriam um simples dedal, que seria suficiente para armazenar toda a herança genética individual de bilhões de seres humanos. Estes fatos são inquestionáveis.

É aqui que realmente a evolução começa - na célula, uma entidade minúscula que guarda e cuida dos genes. Esse microscópico gene pode ditar absolutamente a regra da vida na Terra. É um exemplo incontestável de profunda sutileza e providência, que somente poderia emanar de uma Inteligência Criativa; nenhuma outra hipótese servirá.

Sexta: Pela economia da Natureza, somos forçados a perceber que somente uma sabedoria infinita poderia ter previsto e preparado com tamanha prudência administrativa.

Creio em Deus, assevera aqui o Dr. Cressy Morrison, por causa de uma lei de equilíbrio que existe nas coisas. E elucida. Os australianos desejavam plantar nas suas terras inóspitas verdadeiros seminários e simultaneamente torná-las agrícolas. Mas, como os ventos alísios perpassavam e destruíam as plantações, ocorreu-lhes fazer sebes protetoras. E importaram, sem nenhum cuidado ecológico prévio, determinadas plantas para que elas fizessem paredes contra os ventos. Imediatamente viram o enorme equívoco em que incorreram, porque na Austrália não havia insetos inimigos daquelas plantas. E as plantas começaram a multiplicar-se. Dez anos depois haviam roubado uma área maior do que a das ilhas britânicas.Foi dado o alarme internacional. Usaram tratores, lança-chamas, herbicidas e as plantas continuavam multiplicando-se, expulsando lavradores, fechando aldeias, interrompendo cidades.

Nesse momento houve um congresso em Sidney e entomologistas do mundo inteiro foram ao congresso estabelecer como salvar a Austrália. Depois de oito dias de discussão chegaram à conclusão da lei natural, de que o equilíbrio ecológico é mantido entre vegetais e animais através de uma lei desconhecida. Para salvar a Austrália daquelas plantas, seria necessário que se encontrasse um inseto que, além de gostar especialmente daquela planta, ainda se multiplicasse muito, para que em pouco tempo terminasse com a invasão botânica.
Depois de procurar, e muito, chegaram à conclusão de que existia um tipo específico de besouro e que realmente seria um besouro famélico e facilmente reprodutível. Pesquisando no mundo inteiro, encontraram os tais besouros na Amazônia. Eram besouros famintos e que procriavam como somente a fome consegue explicar. Levaram os besouros amazonenses, jogaram sobre as plantas e ficaram aguardando.As plantas começaram a desaparecer e os besouros a se multiplicarem.

Veio então o caos oposto: as plantas estavam se acabando e o que iriam fazer com os besouros brasileiros? Nesse momento a lei funcionou, pois na razão direta em que diminuíam as plantas, diminuíam os besouros, ficando besouros para plantas e plantas para besouros, mantendo a lei do equilíbrio ecológico, esta lei que nos permite viver na Terra, porque existem classificadas, já, mais de 750 mil famílias de insetos. E todos sabemos que os insetos respiram através de tubos, porém na medida em que eles crescem os tubos não crescem, o que mantém o equilíbrio, porque eles morrem por falta de cubagem de ar. Mas isso não é um acaso,pois do contrário poderíamos encontrar pulgas e moscas com corpos de dromedários e paquidermes, tornando absolutamente impossível a vida na face da Terra.

Sétima: O fato de que o homem pode conceber a idéia de Deus já é, por si mesmo, a grande prova da existência de Deus.

Creio em Deus, por fim, proclama o Dr. Cressy Morrison, pela imaginação, porque só através da imaginação é que o homem pode conceber Deus. Como diz o salmista Davi, no canto 19, versículo 1 dos Salmos: “Cantam os céus a glória de Deus e o firmamento proclama a obra das suas mãos”.
É evidente. Numa noite tranqüila, de céu transparente e estrelado, quem desejar entender Deus faça uma viagem solitária por uma via erma, olhando a grandeza da escumilha celeste. E dirá, entusiasmado: “Senhor, eu vejo milhões de astros que brilham!” E cometerá o seu primeiro engano, porque somente se enxerga a olho nu 5 mil estrelas. Ou melhor, 2.500, porque as outras 2.500 estarão do outro lado do planeta, onde será dia. Quem duvidar, pode conferir! Mas se usar de um binóculo poderá ver 15 mil estrelas; se usar de um telescópio doméstico poderá ver 150 mil estrelas e se for olhar do telescópio de Monte Palomar poderá ver 30 milhões de estrelas em nossa Via Láctea.

Cantando as glórias de Deus!

E o homem emocionado, irá ao observatório de rádio-astronomia da Alemanha e saberá que a nossa Via Láctea tem mais de 100 bilhões de estrelas. E saberá também que é uma galáxia subdesenvolvida, porque existem trilhões de galáxias maiores do que a nossa.
Cantando as glórias de Deus!

E o homem poderá dizer a idade, poderá dizer a intensidade da luz que lhe revela a evolução e a decomposição estelar, porque, dizem os poetas, as estrelas são como as mulheres, quando jovens, tendo como por exemplo, na Espiga da Vigem, 11 mil graus centígrados, elas são brilhantes, brancas, esfuziantes, mas, como o Sol, uma estrela de quinta grandeza, tornam-se amarelas e mais adiante vermelhas, em pleno crepúsculo.

E o homem, entusiasmado, olhará em volta de si e compreenderá que a Via Láctea, conforme pregava Sir James Jeans, astrônomo inglês, poderia ser considerada um arco de carruagem; se o homem saísse da Terra, marchando na mesma direção da velocidade da luz, gastaria, para chegar ao arco da carruagem, 25 séculos, atravessando apenas a sua modesta e pequenina Via Láctea.

Então vem uma sensação de infinito, de grandeza de Deus que comove, e o homem, imediatamente, olhando toda essa grandiosidade, começará a compreender as distâncias. A luz do Sol, viajando a uma velocidade de cerca de 300.000 km/s, chega até nós aproximadamente 7 minutos e 8 segundos depois de ter partido de lá. Ele olha adiante e se deslumbra com a Alpha de Hércules. Mas Alpha de Hércules é uma estrela tão grande, que se ela fosse colocada no nosso sistema solar, no lugar do sol, tomaria o volume do próprio Sol, e ainda os planetas Mercúrio, Vênus, Terra e Marte caberiam dentro dela, porque ela é cerca de 80mil vezes maior do que o Sol.

Cantando as glórias de Deus!

E o homem olha e começa a medir. Terá que acompanhar novas descobertas da Ciência. Apenas nos anos 80, materializaram-se nos poderosos instrumentos dos pesquisadores estrelas de neutros tão massivas, que uma partícula delas, do tamanho de uma laranja, tem a massa estimada para a Terra, que é de 5 sextilhões e 883 quintilhões de toneladas! Foram detectados quasares, os corpos mais antigos e brilhantes do Universo, que somente podem ser observados em toda a sua plenitude através da associação de vários radiotelescópios postados em diferentes pontos do planeta. Um quasar chega a ter uma radiação 300 bilhões de vezes mais potente que a do sol, mas o seu sinal é muito débil, porque a sua luz vem varando os espaços há mais de 15 bilhões de anos-luz para chegar até nós!

E ao determo-nos em tal contemplação, saberemos que o Sol está caminhando para a morte. É que o nosso astro-rei, para manter em órbita os planetas Mercúrio, Vênus, Terra, Marte, Júpiter, Saturno, Urano, Netuno e Plutão, converte centenas de milhões de toneladas de matéria em energia por segundo, de forma que quando o sol não puder manter mais,virá o desequilíbrio gravitacional. Mas não há motivo para nenhum tipo de pânico, porque, de acordo com o cálculo dos astrônomos, isto somente acontecerá daqui a bilhões de anos!

Cantando as glórias de Deus!

Do macrocosmo, aquele viajante solitário da erma estrada pára e leva a língua ao véu palatino. O palato móvel se ergue, ele trava em seco e Deus abandona a galáxia para vir para dentro da sua boca, através das papilas da língua: 5 milhões de corpúsculos gustativos, para lhe dar a sensação de quente, de frio, de doce e salgado.

Ele leva a mão à cabeça e dezenas de bilhões de neurônios cerebrais, encarregados da memória e de mandar a mensagem elétrica e ao mesmo tempo química, para imprimir nas telas e nos recônditos da alma as impressões percebidas pelos sentidos, estão no seu circuito perfeito.
Então ele se agita, e o mais perfeito circuito do mundo está dentro dele mesmo: o aparelho circulatório, que mede oscilantemente de 95 mil a 160 mil quilômetros de veias, vasos e artérias. Cantando as glórias de Deus! E é um aparelho auto-suficiente, porque ele elabora as energias e substâncias de que tem necessidade: leucócitos e hemácias. Se o indivíduo toma uma picada de alfinete, destrói milhares de capilares, e outros milhares de capilares correm para o lugar; se ele toma um talhe e vem a hemorragia, imediatamente os capilares dão-se as mãos, atiram uma camada de fibrina como se fosse um coágulo tampão de algodão para salvar-lhe a vida, porque senão se esvairia em sangue, como no caso dos hemofílicos, que não têm tal defesa.

Cantando as glórias de Deus!

Ele começa a pensar num acepipe, uma comida saborosa. Imediatamente 30 milhões de glândulas, só do estômago, começam a prepara o suco gástrico; ele pensa num bife gaúcho, ou naquele admirável churrasco rodante, que cada hora vem uma coisa e o estômago já sabe que as carnes piores vêm primeiro e as últimas só virão quando ele não agüentar mais. Então, imediatamente ele começa a prepara o suco gástrico. Porém se o indivíduo é um glutão, ele pensa imediatamente numa companhia; ele pensa em tomar um aperitivo e o estômago se prepara. Mas ele adora tortas e o estômago se prepara. Ele vai levando o bolo alimentar aos lábios e já está na papila da língua a enzima ptialina, encarregada pela digestão bucal. Quando ele vai levando o alimento, a enzima está preparada para a digestão, ele diz: “Não; não é isto que eu quero”. Devolve e pega outra coisa. Pobres das glândulas”. Jogam a substância fora e preparam outra. E se ele resolve comer uma salda de frutas ou de legumes, o estômago vê e prepara a reação, até quando não agüenta mais e lhe dá uma indigestão educativa”

Cantando as glórias de Deus!

E as glândulas supra-renais, mantendo o humor pela distribuição da adrenalina? E os rins? 106 quilômetros de veias,vasos e artérias para fazer o milagre do filtrado de sangue. As bombas pulmonares, filtrando a poluição com que o próprio homem destrói o seu ambiente de vida? E a bomba cardíaca, pulsando desde a vida pré-natal, na intimidade do útero materno, até o último instante, quando se dá a morte clínica e vem a degenerescência celular por falta de oxigenação do cérebro.

Cantando as glórias de Deus!

O aparelho genésico, a fonte da procriação, o santuário da espécie, que o homem enxovalha e conspurca perturbado pela sensação. Toda a aparelhagem endócrina. O timo e seus derivados.

Cantando as glórias de Deus!

A dor realmente espalhou-se pela face da Terra, mas isto aconteceu porque o homem voltou-se para dentro de si mesmo e fez-se egoísta.

Professor Abraham Cressy Morrison
Presidente da Academia de Ciências de New York

terça-feira, 2 de fevereiro de 2021

Visão espírita sobre homossexualidade

Visão espírita sobre homossexualidade - Parte 1

Allan Kardec elucida a questão na Revista Espírita- Emmanuel esclarece o tema em Vida e Sexo – Chico Xavier opina sobre o tema

Vamos começar o desenvolvimento desse tema com a pergunta formulada por Allan Kardec, Codificador do Espiritismo, na questão 200 de O Livro dos Espíritos, se os Espíritos têm sexo?

Os Benfeitores Espirituais responderam: "Não como o entendeis, pois que os sexos dependem da organização. Há entre eles amor e simpatia, mas baseados na concordância dos sentimentos".

Os espíritos deram essa resposta a Kardec, em razão do conceito que o homem tem do sexo estar ligado à organização física. O homem distingue o masculino e o feminino como manifestação da forma e segundo o papel exercido na função reprodutora. Porém, não estende o seu pensamento sobre a verdadeira fonte das energias sexuais. Para ele, de modo geral, o sexo é apenas instrumento de prazer. Alguns há, no entanto, que buscam o sexo para a reprodução, por motivos diversos, mas sempre associados à busca do prazer dos sentidos.É verdade que o uso do sexo é uma lei natural na esfera material, como observa o Espírito Alexandre, no capítulo 13 tratando da reencarnação na obra Missionários da Luz, "não há criação sem fecundação. As formas físicas descendem das uniões físicas As construções espirituais procedem das uniões espirituais. A obra do Universo é filha de Deus. O sexo, portanto, como qualidade positiva ou passiva dos princípios e dos seres, é manifestação cósmica em todos os círculos evolutivos, até que venhamos a atingir o campo da Harmonia. Perfeita, onde essas qualidades se equilibram no seio da Divindade".

O TEMA NA REVISTA ESPÍRITA

O Codificador do Espiritismo, na Revista Espírita, de Janeiro de 1866, no artigo publicado "As Mulheres Têm Alma?", no final do 13º parágrafo, diz: "(...) Aos homens e mulheres, são assim, assinados deveres especiais, igualmente importantes na ordem das coisas; são dois elementos que se completam um pelo outro. Sofrendo o Espírito encarnado a influência do organismo, seu caráter se modifica conforme as circunstâncias e se dobra às necessidades e às exigências impostas pelo mesmo organismo.

Esta influência não se apaga imediatamente após a destruição do invólucro material, assim como não perde instantaneamente os gostos e hábitos terrenos. Depois, pode acontecer que o Espírito percorra uma série de existências no mesmo sexo, o que faz que, durante muito tempo, possa conservar, no estado de Espírito, o caráter de homem ou de mulher, cuja marca nele ficou impressa. Somente quando chegado a um certo grau de adiantamento e de desmaterialização é que a influência da matéria se apaga completamente e, com ela. o caráter dos sexos.

Os que se nos apresentam como homens ou como mulheres, é para nos lembrar a existência em que os conhecemos.

Causas das Anomalias

Se essa influência se repercute da vida corporal à vida espiritual, o mesmo se dá quando o Espírito passa da vida espiritual para a corporal. Numa nova encarnação trará o caráter e as inclinações que tinha como Espírito. Se for avançado, será um homem avançado; se for atrasado, será um homem atrasado. Mudando de sexo, poderá então, essa impressão e em sua nova encarnação, conservar os gostos, as inclinações e o caráter inerente ao sexo que acaba de deixar.

Assim se explicam certas anomalias aparentes, notadas no caráter de certos homens e de certas mulheres.

Assim, não existe diferença entre o homem e a mulher, senão no organismo material, que se aniquila com a morte do corpo. Mas quanto ao Espírito, à alma, o ser essencial, imperecível, ela não existe, porque não há duas espécies de almas. Assim quis Deus, em sua justiça, para todas as criaturas.

Dando a todas um mesmo princípio, fundou a verdadeira igualdade. A desigualdade só existe temporariamente no grau de adiantamento; mas todos têm direito ao mesmo destino, ao qual cada um chega por seu trabalho, porque Deus não favoreceu ninguém às custas dos outros"(...).

EMMANUEL EM VIDA E SEXO

Através da psicografia de Chico Xavier o Benfeitor Espiritual Emmanuel, no capítulo 21, do livro Vida e Sexo, tece comentários em torno da Homossexualidade, iniciando com a pergunta 202 de O Livro dos Espíritos:

"— Quando errante, que prefere o Espírito: encarnar no corpo de um homem, ou no de uma mulher?

A resposta dos Benfeitores Espirituais a essa indagação foi a seguinte:

"— Isso pouco lhe importa. O que o guia na escolha são as provas por que haja de passar.

Depois de destacar inicialmente essa questão de O Livro dos Espíritos, o Espírito Emmanuel considera:

" A homossexualidade, também hoje chamada transexualidade, em alguns círculos de ciência, definindose, no conjunto de suas características, por tendência da criatura para a comunhão afetiva com uma outra criatura do mesmo sexo, não encontra explicação fundamental nos estudos psicológicos que tratam do assunto em bases materialistas, mas é perfeitamente compreensível, à luz da reencarnação".

Observada a ocorrência, mais com preconceitos da sociedade, constituída na Terra pela maioria heterossexual, do que com as verdades simples da vida, essa mesma ocorrência vai crescendo de intensidade e de extensão, com o próprio desenvolvimento da Humanidade, e o mundo vê, na atualidade, em todos os países, extensas comunidades de irmãos em experiência dessa espécie, somando milhões de homens e mulheres, solicitando atenção e respeito, em pé de igualdade ao respeito e à atenção devidos às criaturas heterossexuais. A coletividade humana aprendera, gradativamente, a compreender que os conceitos de normalidade e de anormalidade deixam a desejar quando se trate simplesmente de sinais morfológicos, para se erguerem como agentes mais elevados de definição da dignidade humana, de vez que a individualidade, em si, exalta a vida comunitária pelo próprio comportamento na sustentação do bem de todos ou a deprime pelo mal que causa com a parte que assume no jogo da delinquência.

Fenômeno da Bissexualidade

A vida espiritual pura e simples se rege por afinidades eletivas essenciais; no entanto, através de milênios e milênios, o Espírito passa por fileira imensa de reencarnações, ora em posição de feminilidade, ora em condições de masculinidade, o que sedimenta o fenômeno da bissexualidade, mais ou menos pronunciado, em quase todas as criaturas.

O homem e a mulher serão, desse modo, de maneira respectiva, acentuadamente masculino ou acentuadamente feminina, sem especificação psicológica absoluta.

À face disso, a individualidade em trânsito, da experiência feminina para a masculina ou viceversa, ao envergar o casulo físico, demonstrará fatalmente os traços da feminilidade em que terá estagiado por muitos séculos, em que pese ao corpo de formação masculina que o segregue, verificandose análogo processo eom referência à mulher nas mesmas circunstâncias.

Obviamente compreensível, em vista do exposto, que o Espírito no renascimento, entre os homens, pode tomar um corpo feminino ou masculino, não apenas atendendose ao imperativo de encargos particulares em determinado setor de ação, como também no que concerne a obrigações regenerativas.

Conseqüência dos abusos

O homem que abusou das faculdades genésicas, arruinando a existência de outras pessoas com a destruição de uniões construtivas e lares diversos, em muitos casos é induzido a buscar nova posição, no renascimento físico, em corpo morfologicamente feminino, aprendendo, em regime de prisão, a reajustar os próprios sentimentos, e a mulher que agiu de igual modo é impulsionada à reencarnação em corpo morfologicamente masculino, com idênticos fins.

Por que do corpo oposto à estrutura psicológica

E, ainda, em muitos outros casos, Espíritos cultos e sensíveis, aspirando a realizar tarefas específicas na elevação de agrupamentos humanos e, consequentemente, na elevação de si próprios, rogam dos Instrutores da Vida Maior que os assistem a própria internação no campo físico, em vestimenta carnal oposta à estrutura psicológica pela qual transitoriamente se definem.

Escolhem com isso viver temporariamente ocultos na armadura carnal, com o que se garantem contra arrastamentos irreversíveis, no mundo afetivo, de maneira a perseverarem, sem maiores dificuldades, nos objetivos que ai traçam.

Amparo educativo

Observadas as tendências homossexuais dos companheiros reencarnados nessa faixa de prova ou de experiência, é forçoso se lhes dê o amparo educativo adequado, tanto quanto se administra instrução à maioria heterossexual.

E para que isso se verifique em linhas de justiça e compreensão, caminha o mundo de hoje para mais alto entendimento dos problemas do amor e do sexo, porquanto, à frente da vida eterna, os erros e acertos dos irmãos de qualquer procedência, nos domínios do sexo e do amor são analisados pelo mesmo elevado gabarito de Justiça e Misericórdia. Isso porque todos os assuntos nessa área da evolução e da vida se especificam na intimidade da consciência de cada um."

CHICO XAVIER RESPONDE

No livro A Terra e o Semeador o médium mineiro numa entrevista ao ser perguntado "Como nossos Amigos Espirituais conceituam o problema homossexual?" respondeu o seguinte:

"O problema da homossexualidade sempre existiu em todas as nações, no entanto, com a extensão demográfica no Planeta, o assunto adquiriu características de grande intensidade, ou de mais intensidade, porque, nos últimos 50 anos, a ciência psicológica temse preocupado detidamente e com razão, no que se refere aos ingredientes mais íntimos da nossa natureza pessoal.

Estamos efetuando a descoberta de nós mesmos, para além dos padrões psicológicos conhecidos ou milimetrados pelos conhecimentos que possuímos, dentro dos preceitos respeitáveis, que nos regem o comportamento social e humano.

No caso, é justo observar que os impositivos da disciplina e da educação devem oferecernos barreiras construtivas para que o abuso não destrua quaisquer benefícios estabelecidos em leis.

Causas das tendências

Cremos que tendências à homossexualidade surgem na criatura após muitas existências dessa mesma criatura nas condições de feminilidade ou viceversa. Pensamos assim, na base da reencarnação, porquanto, além dos sinais morfológicos, a individualidade é a própria individualidade em si, com todas as suas experiências das existências anteriores.

Em vista disso, a homossexualidade pode ser examinada hoje proporcionando ao homem vasto campo de estudos, quanto à natureza bissexual do Espírito.

O tema é, porém, objeto para simpósios de cientistas, e instrutores da Humanidade, até que possamos encontrar a fórmula exata para decidir do ponto de vista legal, quanto ao destino dos nossos companheiros num sexo ou noutro, que trazem a inversão por clima de trabalho a ser laboriosamente valorizado pela pessoa que se faz portadora de semelhante condição para determinadas tarefas.

Problemas do sexo e a civilização grecoromana

Sabemos que grandes civilizações, como por exemplo, a civilização grecoromana, depois de alcançarem avanço espetacular no campo da inteligência, ao perquirirem a natureza complexa do homem, encontraram problemas de sexo muito profundos, que os legisladores de então não quiseram ou não puderam reconhecer. Esses problemas, no entanto, explodindo sem a cobertura de preceitos legais, em plenitude de intemperança nas manifestações afetivas, cooperaram na decadência de ambas as civilizações, grega e romana, que se perderam no tempo, sob o ponto de vista de respeitabilidade e domínio.

Conclusão de Chico Xavier

Esperemos que os Mensageiros da Vida Maior inspirem os nossos dignos representantes da Ciência e da Justiça na Terra para que a solução do problema apareça oportunamente, favorecendo a paz e a concórdia nos vários campos de evolução da Humanidade.

( AGUARDEM A PARTE II DESTE ARTIGO: A VISÃO ESPÍRITA DA HOMOSSEXUALIDADE )

Gerson Simões Monteiro

Vice-Presidente da FUNTARSO

Operadora da Rádio Rio de Janeiro

e-mail: Gerson@radioriodejaneiro.am.br

https://extra.globo.com/noticias/religiao-e-fe/gerson-monteiro/visatildeo-espiacuterita-sobre-homossexualidadeparte-1-2194414.html

Parte II da visão espírita da homossexualidade

No artigo anterior, apresentamos a parte I, da Visão Espírita da Homossexualidade, a qual iniciamos com a questão de nº 200, de O Livro dos Espíritos, quando Allan Kardec pergunta se os Espíritos têm sexo. Como vimos, os Benfeitores Espirituais disseram que "não como entendemos", e após isso, com base no artigo de Allan Kardec, na Revista Espírita, de janeiro de 1866, apresentamos a causa da homossexualidade.

Em seguida, para maiores esclarecimentos sobre o tema, transcrevemos o capítulo 21, do livro Vida e Sexo, sob o título "Homossexualidade", pelo Espírito Emmanuel, o qual inicia seus comentários com a questão 202, de O Livro dos Espíritos. Nessa questão, o Codificador do Espiritismo pergunta aos Instrutores Espirituais se o espírito prefere encarnar no corpo de um homem, ou de uma mulher. A resposta deles foi a seguinte:

— Isso pouco lhe importa. O que o guia na escolha são as provas por que haja de passar. "Esse capítulo, dividi em quatro itens: fenômeno da bissexualidade; conseqüência dos abusos ; porquê do corpo oposto a estrutura psicológica; e amparo educativo. Depois, transcrevemos a resposta de Chico Xavier, ao ser perguntado "como nossos amigos espirituais conceituam o problema da homossexualidade", dividindo-a, também, em três itens: causas das tendências; problemas do sexo; e a civilização greco-romana.

2. ANDRÉ LUIZ EM AÇÃO E REAÇÃO

Dando prosseguimento ao desenvolvimento do tema, apresentarei da obra psicografada Ação e Reação, pelo médium Chico Xavier, esclarecimentos formulados pelo Benfeitor Espiritual André Luiz, no capítulo 15 que tem por título "Anotações Oportunas". Nele, ele relata que Hilário, seu companheiro de estudos na espiritualidade, em certa oportunidade indagou do Assistente Silas, sobre os problemas inquietantes da inversão. Silas deu-se pressa em aclarar e disse:

— Não será preciso alongar elucidações. Considerando-se que o sexo, na essência, é a soma das qualidades passivas ou positivas do campo mental do ser, é natural que o Espírito acentuadamente feminino se demore séculos e séculos nas linhas evolutivas da mulher, e que o Espírito marcadamente masculino se detenha por longo tempo nas experiências do homem.

2.1 Causa da inversão

Contudo, em muitas ocasiões, prosseguiu Silas dizendo, quando o homem tiraniza a mulher, furtando-lhe os direitos e cometendo abusos, em nome de sua pretensa superioridade, desorganiza-se ele próprio a tal ponto que, inconsciente e desequilibrado, é conduzido pelos agentes da Lei Divina a

renascimento doloroso, em corpo feminino, para que, no extremo desconforto íntimo, aprenda a venerar na mulher sua irmã e companheira, filha e mãe, diante de Deus, ocorrendo idêntica situação à mulher criminosa que, depois de arrastar o homem à devassidão e à delinquência, cria para si mesma terrível alienação mental para além do sepulcro, requisitando, quase sempre, a internação em corpo masculino, a fim de que, nas teias do infortúnio de sua emotividade, saiba edificar no seu ser o respeito que deve ao homem, perante o Senhor.

2.2 Inversão para tarefas especializadas

Nessa definição, porém, não incluímos os grandes corações e os belos caracteres que, em muitas circunstâncias, reencarnam em corpos que lhes não correspondem aos mais recônditos sentimentos, posição solicitada por eles próprios, no intuito de operarem com mais segurança e valor, não só o acrisolamento moral de si mesmos, como também a execução de tarefas especializadas, através de estágios perigosos de solidão, em favor do campo social terrestre que se lhes vale da renúncia construtiva para acelerar o passo no entendimento da vida e no progresso espiritual."

3. ANDRÉ LUIZ EM SEXO E DESTINO

O Benfeitor Espiritual André Luiz, também, aborda na obra Sexo e Destino, psicografada por Chico Xavier, a questão da homossexualidade, no capítulo IX, da segunda parte, ao participar de um encontro para estudos no Instituto de Renovação "Almas Irmãs", dirigido pelo Instrutor Espiritual Felix, para espíritos necessitados de reeducação sexual, após a desencarnação. Relata André Luiz que Felix, explanando sobre as ideias que diversos participantes aventavam, historiou, em síntese, que na Espiritualidade Superior o sexo não é considerado unicamente por baliza morfológica do corpo de carne, distinguindo macho e fêmea, definição unilateral que, na Terra, ainda se faz seguir de atitudes e exigências tirânicas, herdadas do comportamento animal.

Entre os Espíritos desencarnados, a partir daqueles de evolução mediana, o sexo é categorizado por atributo divino na individualidade humana, qual ocorre com a inteligência, com o sentimento, com o raciocínio e com faculdades outras, até agora menos aplicadas nas técnicas da experiência humana. Quanto mais se eleva a criatura, mais se capacita de que o uso do sexo demanda discernimento pelas responsabilidades que acarreta.

3.1 Desmando sexual

Qualquer ligação sexual, instalada no campo emotivo, engendra sistemas de compensação vibratória, e o parceiro que lesa o outro, até o ponto em que suscitou os desastres morais consequentes, passa a responder por dívida justa. Todo desmando sexual danificando consciências reclama corrigenda, tanto quanto qualquer abuso do raciocínio. Homem que abandone a companheira sem razão ou mulher que assim proceda, gerando desregramentos passionais na vítima, cria certo ônus cármico no próprio caminho, pois ninguém causa prejuízo a outrem sem embaraçar a si mesmo.

3.2 Renovação de Conceitos

Félix vaticinou que a Terra, a pouco e pouco, renovará princípios e conceitos, diretriz e legislação, em matéria de sexo, sob a inspiração da Ciência, que situará o problema das relações sexuais no lugar que lhe é próprio. Empenhou-se a repetir que na Crosta Planetária os temas sexuais são levados em conta, na base dos sinais físicos que diferenciam o homem da mulher e vice-versa; no entanto, ponderou que isso não define a realidade integral, porquanto, regendo esses marcos, permanece um Espírito imortal, com idade às vezes multimilenária, encerrando consigo a soma de experiências complexas, o que obriga a própria Ciência terrena a proclamar, presentemente, que masculinidade e feminilidade totais são inexistentes na personalidade humana, do ponto de vista psicológico. Homens e mulheres, em espírito, apresentam certa percentagem mais ou menos elevada de característicos viris e feminis em cada indivíduo, o que não assegura possibilidades de comportamento íntimo normal para todos, segundo a conceituação de normalidade que a maioria dos homens estabeleceu para o meio social.

3.3 A consulta sobre Homossexuais

Tendo Neves, um dos participantes da reunião, formulado consulta sobre os homossexuais, o Instrutor Félix demonstrou que inúmeros Espíritos reencarnam em condições inversivas, seja no domínio de lides expiatórias ou em obediência a tarefas específicas, que exigem duras disciplinas por parte daqueles que as solicitam ou que as aceitam.

Referiu ainda que homens e mulheres podem nascer homossexuais ou intersexos (um ser que possui órgãos dos dois sexos), como são suscetíveis de retomar o veículo físico na condição de mutilados ou inibidos em certos campos de manifestação, aditando que a alma reencarna, nessa ou naquela circunstância, para melhorar e aperfeiçoar-se e nunca sob a destinação do mal, o que nos constrange a reconhecer que os delitos, sejam quais sejam, em quaisquer posições, correm por nossa conta.

à vista disso, Félix destacou que nos foros da Justiça Divina, em todos os distritos da espiritualidade Superior, as personalidades humanas tachadas por anormais são consideradas tão carecentes de proteção quanto as outras que desfrutam a existência garantida pelas regalias da normalidade, segundo a opinião dos homens, observando-se que as faltas cometidas pelas pessoas de psiquismo julgado anormal são examinadas no mes-mo critério aplicado às culpas de pessoas tidas por normais, notando-se, ainda, que, em muitos casos, os desatinos das pessoas supostas normais são con-sideravelmente agravados, por menos justificáveis perante acomodações e primazias que usufruem, no clima estável da maioria.

4. ORIENTAÇÃO DE CHICO XAVIER

No livro Kardec Prossegue, o médium mineiro ao ser perguntado se "O homossexual deve-se aceitar ou deve lutar contra as suas tendências?" respondeu o seguinte: "- Já li, de um analista de mérito, que toda amizade e que toda ligação espiritual, do ponto de vista afetivo, é parcela de homossexualidade no homem e na mulher; mas, o homossexual não poderá deixar a natureza de que é portador de um momento para outro como se ele estivesse condenado a não trabalhar, a não servir, quando nós sabemos que há tanto enfermeiro, tanto professor, tanta senhora digna que executam os deveres que lhe competem com muita eficiência e devotamente. Agora, o homossexual em si deve evitar a pederastia (relação sexual entre homens); a pederastia, sim, é um problema suscitado pela ânsia do homem de experimentar sensações, mas a homossexualidade está vinculada a um processo afetivo entre os homens e mulheres do planeta, de modo que é um estado natural em que as almas se afinam para fazer o bem. Já a pederastia é muito diferente. Quando nós falamos homossexual, lembramo-nos logo de quadros infelizes, mas a verdade é que a homossexualidade está em toda pessoa que tem um amigo ou que tem deveres de fraternidade, de assistência para com o próximo. A pederastia é que é o grande problema que devemos evitar e entender como sendo uma condição desnecessária e mesmo imprudente da parte de todos os homens. E vamos dar ao assunto a cor que o assunto traz consigo: todo homem deve evitar a pederastia; toda mulher pode estar perfeitamente fora do lesbianismo (relação sexual entre mulheres), porque a nossa formação nos leva sempre para o caminho do que já fomos e às vezes nós viemos para não ser

mais o que já fomos e sim para aprender a considerar o que devemos ser.

5. REMEMORANDO

Diante das matérias publicadas na Parte I e Parte II da Visão Espírita da Homossexualidade, apresento uma síntese do assunto abordado

1- O Espírito não tem sexo.

2- O Espírito pode escolher encarnar num corpo de homem ou de mulher.

3- O sexo, na essência, é a soma das qualidades passivas ou positivas do campo mental do ser.

4- Abusos do homem para com a mulher, e vice-versa, provocam desequilíbrio e necessidade de encarnação na outra polaridade sexual, para valorização da

condição masculina ou feminina.

5- Também existem inversões solicitadas por almas grandiosas para execução de tarefas específicas que exigem renúncia de si mesmo.

6- Na Espiritualidade Superior o sexo não é considerado unicamente por baliza morfológica do corpo de carne, distinguindo macho e fêmea.

7- Entre os Espíritos desencarnados, a partir daqueles de evolução mediana, o sexo é categorizado por atributo divino na individualidade humana.

8- O uso do sexo demanda discernimento pelas responsabilidades que acarreta.

9- Todo desmando sexual danificando consciências reclama corrigenda, tanto quanto qualquer abuso do raciocínio.

https://extra.globo.com/noticias/religiao-e-fe/gerson-monteiro/parte-ii-da-visao-espirita-da-homossexualidade-2340760.html